Os noeses são as personalidades em que Rafael se inspirou para pintar o rosto dos diferentes filósofos gregos. Isso é claramente uma homenagem às pessoas de seu tempo: 1: Zenão de Cítio ou Zenão de Eléia? 2: Epicuro 3: Frederico II, duque de Mântua e Montferrat? 4: Anicius Manlius Severinus Boethius ou Anaximandro ou Empédocles? 5: Averroes? 6: Pitágoras? 7: Alcibíades ou Alexandre, o Grande? 8: Antístenes ou Xenofonte? 9: Hipátia (Francesco Maria della Rovere or Raphael's mistress Margherita.) 10: Ésquines ou Xenofonte? 11: Parménides? 12: Sócrates? 13: Heráclito (Miguel Ângelo). 14: Platão segurando o Timeu (Leonardo da Vinci). 15: Aristóteles segurando Ética a Nicômaco? 16: Diógenes de Sínope? 17: Plotino? 18: Euclides ou Arquimedes acompanhado de estudantes (Bramante)? 19: Estrabão ou Zoroastro? (Baldassare Castiglione ou Pietro Bembo). 20: Ptolomeu? R: Apeles (Rafael). 21: Protogenes (Il Sodoma ou Pietro Perugino).
sexta-feira, 24 de julho de 2009
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Chico Buarque italiano
Há 40 anos Chico Buarque , morando na Itália por conta da ditadura militar no Brasil, lançou o álbum "Chico Buarque na Itália. No video Chico participa de um programa da TV italian RAI, em 1970, onde conversa rapidamente com o apresentador e em seguida canta "Una mia canzone", uma das músicas do álbum, versão italiana de "Meu Refrão". Apresentação um ano depois do lançamento do álbum.
http://www.youtube.com/watch?v=GOOjQgUyKVs
Bjørnstjerne Martinus Bjørnson, terceiro escritor a conquistar o Nobel da Literatura
Bjørnstjerne Martinus Bjørnson. Escritor norueguês nascido em Kvikne, que recebeu o Prêmio Nobel da Literatura (1903) como um tributo à sua poesia nobre, magnífica e versátil, que sempre se distinguiu pela frescura da sua inspiração como pela rara pureza do seu espírito, e considerado como um dos quatro grandes escritores da Noruega, juntamente com Henrik Ibsen, Jonas Lie e Alexander Kielland. Filho de um pastor norueguês, foi educado em em Christiânia, hoje Oslo, onde cedo participou do movimento para um teatro norueguês nacional e escreveu alguns jogos poéticos que ele não publicou. Ainda estudante, tornou-se um crítico literário para o Morgenbladet (1854) e contribuiu como crítico e também com histórias para vários outros jornais. Começou sua carreira literária quando ele escreveu a peça épica Mellem slagene (1857) e se tornou o diretor do Teatro Norueguês, em Bergen. Durante os anos seguintes tomou parte ativa na vida política nacional, dividida com suas atividades criativas, essencialmente publicando entre tragédias históricas e contos como Arne (1858). Viveu alguns anos (1860-1863) no estrangeiro, principalmente em Itália onde foi profundamente afetado pela obra de Michelangelo e pela escultura grega. Morreu em Paris (1910) e entre seus principais trabalhos foram sucesso En fallit (1875), Redaktøren (1875), Kongen (1877), En hanske (1883), Det flager i byen og på havnen (1884), På Guds veie (1889), Over oevne, annet stykke (1895), Paul Lange og Tora Parsberg (1899), esta considerada sua peça mais importante, e Nar den ny vin blomstrer (1909).
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Serie Biblioteca Municipal de Angatuba
"O xará de Apicucos", uma leitura indispensável sobre Gilberto Freyre
AIR S.ANTUNES
Gilberto Freyre é um nome imprescindível para referenciar o Brasil em, sua história, em sua cultura, em sua miscigenação. Quando o autor de Xará de Apicucos, Gilberto Felisberto Vasconcellos esteve em Angatuba e referiu enfaticamente Darcy Ribeiro, logo foi pensado um retorno para que ele palestrasse acerca de Gilberto Freyre, retorno que não aconteceu mas que ainda se faz necessário. Aliás, tanto quanto reestudar Freyre, é importante para um entendimento mais apurado de Brasil , estudar nomes como Florestan Fernandes, Antônio Cândido, Ariano Suassuna, Câmara Cascudo, e tantos outros que expõem com galhardia um Brasil que poucos conhecem mas que, não obstante, é o real.
Freyre, em seus aprofundamentos étnicos alertou que o Brasil ao oficializar a abolição da escravatura, automaticamente, transferiu o negro da senzala para a favela. É fato que o favelado, vítima de um abismo social e econômico de dimensões incalculáveis, pouco se diferencia dos escravos em suas senzalas.
O xará de Apicucos é, além de uma extrema avaliação de um fato sociológico do qual não podemos ignorar, um primor de estilo no qual Gilberto Vasconcellos abrilhanta a narrativa de forma envolvente e instigante. Com dedicatória ao cineasta Júlio Bressane, editado pela Editora Casa Amarela, O xará de Apicucos é um forte fator de identificação entre as convivções ideológicas do seu autor e de Freyre, tanto que o “xará” do título é algo mais do que o fato de ambos chamarem Gilberto. Apicucos nada mais é do que o nome da cidade natal de Gilberto Freyre, em Pernambuco.
O xará de Apicucos - um ensaio sobre Gilberto Freyre
“No sul do país, o negro é tema ou objeto de reflexão sociológica rigorosa- porém não é língua, mesmo quando focaliza a ficção do século passado em torno do apotegma segundo o qual não há amor que dure sem mucama. Gilberto Freyte está para o Brasil assim como Sartre está para a França, segundo Darcy, no prefácio latino-americano de a “Casa Grande & Senzala”, em que ele acaba por fazer a psicanálise de si mesmo ao dividir o xará em dois: um artista e outro cientista. A admiração de Darcy cobra-lhe essa divisão fundada na volúpia de escrever. Há determinados momentos no prazer do texto em que a ciência claudica- vence o estilo!”
Publicado no Jornal de Angatuba, edição de 30 de maio de 2009
AIR S.ANTUNES
Gilberto Freyre é um nome imprescindível para referenciar o Brasil em, sua história, em sua cultura, em sua miscigenação. Quando o autor de Xará de Apicucos, Gilberto Felisberto Vasconcellos esteve em Angatuba e referiu enfaticamente Darcy Ribeiro, logo foi pensado um retorno para que ele palestrasse acerca de Gilberto Freyre, retorno que não aconteceu mas que ainda se faz necessário. Aliás, tanto quanto reestudar Freyre, é importante para um entendimento mais apurado de Brasil , estudar nomes como Florestan Fernandes, Antônio Cândido, Ariano Suassuna, Câmara Cascudo, e tantos outros que expõem com galhardia um Brasil que poucos conhecem mas que, não obstante, é o real.
Freyre, em seus aprofundamentos étnicos alertou que o Brasil ao oficializar a abolição da escravatura, automaticamente, transferiu o negro da senzala para a favela. É fato que o favelado, vítima de um abismo social e econômico de dimensões incalculáveis, pouco se diferencia dos escravos em suas senzalas.
O xará de Apicucos é, além de uma extrema avaliação de um fato sociológico do qual não podemos ignorar, um primor de estilo no qual Gilberto Vasconcellos abrilhanta a narrativa de forma envolvente e instigante. Com dedicatória ao cineasta Júlio Bressane, editado pela Editora Casa Amarela, O xará de Apicucos é um forte fator de identificação entre as convivções ideológicas do seu autor e de Freyre, tanto que o “xará” do título é algo mais do que o fato de ambos chamarem Gilberto. Apicucos nada mais é do que o nome da cidade natal de Gilberto Freyre, em Pernambuco.
O xará de Apicucos - um ensaio sobre Gilberto Freyre
“No sul do país, o negro é tema ou objeto de reflexão sociológica rigorosa- porém não é língua, mesmo quando focaliza a ficção do século passado em torno do apotegma segundo o qual não há amor que dure sem mucama. Gilberto Freyte está para o Brasil assim como Sartre está para a França, segundo Darcy, no prefácio latino-americano de a “Casa Grande & Senzala”, em que ele acaba por fazer a psicanálise de si mesmo ao dividir o xará em dois: um artista e outro cientista. A admiração de Darcy cobra-lhe essa divisão fundada na volúpia de escrever. Há determinados momentos no prazer do texto em que a ciência claudica- vence o estilo!”
Publicado no Jornal de Angatuba, edição de 30 de maio de 2009
quinta-feira, 28 de maio de 2009
"Ao Vivo no Estúdio" comentado pelo próprio Arnaldo Antunes
Quando comecei a conceber o disco Qualquer, em 2006, tinha a intenção de gravá-lo num show, em DVD. Já era então um desejo antigo, mas como não pudemos viabilizar a tempo a produção para esse projeto, optei por gravar apenas o CD, em estúdio mas praticamente ao vivo, com todos os músicos tocando juntos, ao mesmo tempo.
Qualquer foi lançado em setembro do ano passado e, em outubro, estreávamos o show. Adaptamos os arranjos do disco (todo gravado apenas com instrumentos de cordas e piano) para a formação de um trio, composto por Chico Salem (que também havia participado da gravação do disco), nos violões de aço e nylon; Betão Aguiar, na guitarra e violão de nylon, e Marcelo Jeneci, nos teclados e sanfona. Creio que conseguimos recriar a atmosfera do disco, com algumas novidades de timbres e levadas. Talvez a mais marcante delas seja a presença da sanfona e dos teclados elétricos, em lugar do piano.
Aos poucos, a sonoridade foi ficando mais coesa, com os diálogos entre os instrumentos tecendo uma feição própria, de banda, o que me estimulava ainda mais a querer gravar o show em DVD.
Além das músicas do Qualquer, rearranjamos várias outras de meu repertório, trazendo-as para esse contexto sonoro mais intimista, sem bateria ou percussão. Em algumas, mudei o tom em que havia gravado originalmente, para aproximá-las da forma de interpretação menos gritada, mais grave, na região mais natural da minha voz. Entraram O Silêncio, Saiba, Pedido de Casamento, Judiaria, Socorro, Se Tudo Pode Acontecer, Fim do Dia, entre outras (dos álbuns Ninguém, O Silêncio, Um Som, Paradeiro e Saiba), incluindo releituras de Não Vou Me Adaptar e O Pulso, canções de minha época nos Titãs.
E ainda versões de Bandeira Branca (Max Nunes e Laércio Alves), que eu havia gravado para a trilha sonora do filme Gêmeas, a convite do diretor Andrucha Waddington, em 1999 (aqui mesclada, por uma certa conjunção poética, com O Buraco de Espelho), mas que não havia sido lançada em disco, e de Qualquer Coisa, de Caetano Veloso. Essa última escolha foi motivada pelo fato de eu estar fazendo um show intitulado Qualquer (assim como o CD), no qual há, além da faixa-título, uma música intitulada As Coisas (parceria minha com Gil, gravada por ele e Caetano em Tropicália 2 e regravada por mim no Qualquer), além de Socorro (parceria com Alice Ruiz), cujo refrão diz “Qualquer coisa que se sinta...”. Para mim, era como se o Qualquer Coisa do Caetano já estivesse sobrevoando e eu apenas decidisse deixar ele pousar. O caminho peculiar que o arranjo foi tomando nos ensaios, bem diferente da gravação da gravação de Caetano, também me animou a encarar essa releitura.
Nunca tive tanto prazer em cantar como nesse show. A sonoridade se adequou muito bem à intenção que eu queria imprimir no canto, mais sereno, saboreando cada sílaba. O resultado parece evidenciar as próprias canções (e a compreensão mais clara das letras), sem perder uma vibração, inevitável para mim, na atitude como sou levado a me comportar no palco. Herança do rock’n roll.
Após um ano de estrada com o show Qualquer por muitas cidades do Brasil, finalmente surgiu a oportunidade de registrá-lo em um DVD. Para nós era perfeito, pois tivemos tempo de ir aprimorando os arranjos, experimentando mudanças no roteiro, azeitando a máquina.
Mas não queria fazer apenas mais um registro de turnê. Achava que essa era uma oportunidade de criar algo especial para a linguagem do vídeo. Aí pensamos em voltar para o estúdio e, invertendo a maneira como havíamos feito o disco (no estúdio mas ao vivo) propusemos gravar um show, com público, mas no estúdio (onde teríamos condições muito favoráveis de captação de som e imagem).
O Mosh entrou na parceria, oferecendo a sala de seu estúdio A para a gravação, além de toda a estrutura para a finalização (mixagem, edição, masterização e autoração).
Gravamos para uma pequena platéia de cinquenta pessoas, sentadas no chão do estúdio, ao nosso redor. A sala da técnica, separada da sala de gravação por um vidro, acabou fazendo parte da cena.
O show já tinha um vídeo, criado por Marcia Xavier e Doca Corbett, todo em preto e branco, que funcionava como um cenário em movimento, e os figurinos, criados por Marcelo Sommer, eram todos em diferentes tons de cinza. Como já tínhamos nos apegado a esse ambiente, muito adequado para o som que vínhamos fazendo, pensamos em produzir o DVD todo em preto e branco.
Para dirigir, chamei Tadeu Jungle, que já havia dirigido dois de meus clipes (Poder e O Silêncio) e com quem tinha há tempos o desejo de fazer um trabalho de mais fôlego em vídeo. Propus trabalharmos com um conceito de luz e fotografia bem contrastadas, que se afastasse da textura dos programas de televisão e se aproximasse da estética do cinema expressionista alemão do início do século passado. Convidamos Marieta Ferber para criar o cenário, que ficou bem bonito e apropriado ao clima que buscávamos.
Como esse é meu primeiro DVD (e CD) gravado ao vivo, quis que ele fosse bem representativo de minha carreira, de uma maneira geral. Ampliei um pouco a panorâmica que o roteiro dá sobre o meu repertório, incluindo algumas outras canções, além de uma inédita (Quarto de Dormir, parceria minha com Marcelo Jeneci).
E convidei para participarem alguns artistas amigos que foram importantes nesses 25 anos de carreira. Com Nando Reis cantei Não Vou Me Adaptar, que gravamos juntos com os Titãs (no disco Televisão e, posteriormente, no Go Back, ao vivo em Montreux) e que ele incluiu depois em seu repertório solo. Com Edgard Scandurra fiz Judiaria (de Lupicínio Rodrigues, que gravamos juntos no álbum Ninguém), quase toda apenas com voz e guitarra. Com Branco Mello cantei Eu Não Sou Da Sua Rua, parceria nossa dos anos 80, que havia sido gravada por Marisa Monte em 91 e que eu regravei no Qualquer.
Com as presenças de Branco e de Nando estava bem representada minha fase nos Titãs. Com Edgard, parceiro que participou de todos meus discos; minha carreira solo. Faltava minha outra banda, Tribalistas. Carlinhos e Marisa atenderam ao meu chamado, e veio também Dadi, que gravara conosco, para fazermos duas músicas daquele repertório — Um a Um e Velha Infância.
O resultado está aí.
Ao Vivo No Estúdio.
Espero que quem veja e ouça se divirta tanto quanto nós, ao gravá-lo.
Qualquer foi lançado em setembro do ano passado e, em outubro, estreávamos o show. Adaptamos os arranjos do disco (todo gravado apenas com instrumentos de cordas e piano) para a formação de um trio, composto por Chico Salem (que também havia participado da gravação do disco), nos violões de aço e nylon; Betão Aguiar, na guitarra e violão de nylon, e Marcelo Jeneci, nos teclados e sanfona. Creio que conseguimos recriar a atmosfera do disco, com algumas novidades de timbres e levadas. Talvez a mais marcante delas seja a presença da sanfona e dos teclados elétricos, em lugar do piano.
Aos poucos, a sonoridade foi ficando mais coesa, com os diálogos entre os instrumentos tecendo uma feição própria, de banda, o que me estimulava ainda mais a querer gravar o show em DVD.
Além das músicas do Qualquer, rearranjamos várias outras de meu repertório, trazendo-as para esse contexto sonoro mais intimista, sem bateria ou percussão. Em algumas, mudei o tom em que havia gravado originalmente, para aproximá-las da forma de interpretação menos gritada, mais grave, na região mais natural da minha voz. Entraram O Silêncio, Saiba, Pedido de Casamento, Judiaria, Socorro, Se Tudo Pode Acontecer, Fim do Dia, entre outras (dos álbuns Ninguém, O Silêncio, Um Som, Paradeiro e Saiba), incluindo releituras de Não Vou Me Adaptar e O Pulso, canções de minha época nos Titãs.
E ainda versões de Bandeira Branca (Max Nunes e Laércio Alves), que eu havia gravado para a trilha sonora do filme Gêmeas, a convite do diretor Andrucha Waddington, em 1999 (aqui mesclada, por uma certa conjunção poética, com O Buraco de Espelho), mas que não havia sido lançada em disco, e de Qualquer Coisa, de Caetano Veloso. Essa última escolha foi motivada pelo fato de eu estar fazendo um show intitulado Qualquer (assim como o CD), no qual há, além da faixa-título, uma música intitulada As Coisas (parceria minha com Gil, gravada por ele e Caetano em Tropicália 2 e regravada por mim no Qualquer), além de Socorro (parceria com Alice Ruiz), cujo refrão diz “Qualquer coisa que se sinta...”. Para mim, era como se o Qualquer Coisa do Caetano já estivesse sobrevoando e eu apenas decidisse deixar ele pousar. O caminho peculiar que o arranjo foi tomando nos ensaios, bem diferente da gravação da gravação de Caetano, também me animou a encarar essa releitura.
Nunca tive tanto prazer em cantar como nesse show. A sonoridade se adequou muito bem à intenção que eu queria imprimir no canto, mais sereno, saboreando cada sílaba. O resultado parece evidenciar as próprias canções (e a compreensão mais clara das letras), sem perder uma vibração, inevitável para mim, na atitude como sou levado a me comportar no palco. Herança do rock’n roll.
Após um ano de estrada com o show Qualquer por muitas cidades do Brasil, finalmente surgiu a oportunidade de registrá-lo em um DVD. Para nós era perfeito, pois tivemos tempo de ir aprimorando os arranjos, experimentando mudanças no roteiro, azeitando a máquina.
Mas não queria fazer apenas mais um registro de turnê. Achava que essa era uma oportunidade de criar algo especial para a linguagem do vídeo. Aí pensamos em voltar para o estúdio e, invertendo a maneira como havíamos feito o disco (no estúdio mas ao vivo) propusemos gravar um show, com público, mas no estúdio (onde teríamos condições muito favoráveis de captação de som e imagem).
O Mosh entrou na parceria, oferecendo a sala de seu estúdio A para a gravação, além de toda a estrutura para a finalização (mixagem, edição, masterização e autoração).
Gravamos para uma pequena platéia de cinquenta pessoas, sentadas no chão do estúdio, ao nosso redor. A sala da técnica, separada da sala de gravação por um vidro, acabou fazendo parte da cena.
O show já tinha um vídeo, criado por Marcia Xavier e Doca Corbett, todo em preto e branco, que funcionava como um cenário em movimento, e os figurinos, criados por Marcelo Sommer, eram todos em diferentes tons de cinza. Como já tínhamos nos apegado a esse ambiente, muito adequado para o som que vínhamos fazendo, pensamos em produzir o DVD todo em preto e branco.
Para dirigir, chamei Tadeu Jungle, que já havia dirigido dois de meus clipes (Poder e O Silêncio) e com quem tinha há tempos o desejo de fazer um trabalho de mais fôlego em vídeo. Propus trabalharmos com um conceito de luz e fotografia bem contrastadas, que se afastasse da textura dos programas de televisão e se aproximasse da estética do cinema expressionista alemão do início do século passado. Convidamos Marieta Ferber para criar o cenário, que ficou bem bonito e apropriado ao clima que buscávamos.
Como esse é meu primeiro DVD (e CD) gravado ao vivo, quis que ele fosse bem representativo de minha carreira, de uma maneira geral. Ampliei um pouco a panorâmica que o roteiro dá sobre o meu repertório, incluindo algumas outras canções, além de uma inédita (Quarto de Dormir, parceria minha com Marcelo Jeneci).
E convidei para participarem alguns artistas amigos que foram importantes nesses 25 anos de carreira. Com Nando Reis cantei Não Vou Me Adaptar, que gravamos juntos com os Titãs (no disco Televisão e, posteriormente, no Go Back, ao vivo em Montreux) e que ele incluiu depois em seu repertório solo. Com Edgard Scandurra fiz Judiaria (de Lupicínio Rodrigues, que gravamos juntos no álbum Ninguém), quase toda apenas com voz e guitarra. Com Branco Mello cantei Eu Não Sou Da Sua Rua, parceria nossa dos anos 80, que havia sido gravada por Marisa Monte em 91 e que eu regravei no Qualquer.
Com as presenças de Branco e de Nando estava bem representada minha fase nos Titãs. Com Edgard, parceiro que participou de todos meus discos; minha carreira solo. Faltava minha outra banda, Tribalistas. Carlinhos e Marisa atenderam ao meu chamado, e veio também Dadi, que gravara conosco, para fazermos duas músicas daquele repertório — Um a Um e Velha Infância.
O resultado está aí.
Ao Vivo No Estúdio.
Espero que quem veja e ouça se divirta tanto quanto nós, ao gravá-lo.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Arte do Comum
A arte do artista é sustento
horizonte e consolo
ouvidos e língua
e essência.
Do artista nada mais se espera
já que vive para tal
arte vinda de artista é algo muito natural.
Trabalha, aplica, matuta,
a inspiração vira método
a criação parafuso
a estética freguês número um.
A arte do artista, no raso,
é profundamente comum.
Mas haverá arte nos sem talento algum?
O muro do pedreiro
a canção de chuveiro
o batuque na mesinha
um toque de campainha
a jura de amor mal escrita
a poesia meio esquisita
as rimas óbvias…
e a impossível!
É empinar pipa
é dividir o pão
é fazer com carinho
é pedir perdão.
A arte do comum é pura pretensão
mas revela, sincero e amador,
o coração.
horizonte e consolo
ouvidos e língua
e essência.
Do artista nada mais se espera
já que vive para tal
arte vinda de artista é algo muito natural.
Trabalha, aplica, matuta,
a inspiração vira método
a criação parafuso
a estética freguês número um.
A arte do artista, no raso,
é profundamente comum.
Mas haverá arte nos sem talento algum?
O muro do pedreiro
a canção de chuveiro
o batuque na mesinha
um toque de campainha
a jura de amor mal escrita
a poesia meio esquisita
as rimas óbvias…
e a impossível!
É empinar pipa
é dividir o pão
é fazer com carinho
é pedir perdão.
A arte do comum é pura pretensão
mas revela, sincero e amador,
o coração.
Extraída do site Nós, Senhor
Assinar:
Postagens (Atom)