sexta-feira, 24 de julho de 2009

Da obra de Rafael


Os noeses são as personalidades em que Rafael se inspirou para pintar o rosto dos diferentes filósofos gregos. Isso é claramente uma homenagem às pessoas de seu tempo: 1: Zenão de Cítio ou Zenão de Eléia? 2: Epicuro 3: Frederico II, duque de Mântua e Montferrat? 4: Anicius Manlius Severinus Boethius ou Anaximandro ou Empédocles? 5: Averroes? 6: Pitágoras? 7: Alcibíades ou Alexandre, o Grande? 8: Antístenes ou Xenofonte? 9: Hipátia (Francesco Maria della Rovere or Raphael's mistress Margherita.) 10: Ésquines ou Xenofonte? 11: Parménides? 12: Sócrates? 13: Heráclito (Miguel Ângelo). 14: Platão segurando o Timeu (Leonardo da Vinci). 15: Aristóteles segurando Ética a Nicômaco? 16: Diógenes de Sínope? 17: Plotino? 18: Euclides ou Arquimedes acompanhado de estudantes (Bramante)? 19: Estrabão ou Zoroastro? (Baldassare Castiglione ou Pietro Bembo). 20: Ptolomeu? R: Apeles (Rafael). 21: Protogenes (Il Sodoma ou Pietro Perugino).

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Chico Buarque italiano



Há 40 anos Chico Buarque , morando na Itália por conta da ditadura militar no Brasil, lançou o álbum "Chico Buarque na Itália. No video Chico participa de um programa da TV italian RAI, em 1970, onde conversa rapidamente com o apresentador e em seguida canta "Una mia canzone", uma das músicas do álbum, versão italiana de "Meu Refrão". Apresentação um ano depois do lançamento do álbum.

http://www.youtube.com/watch?v=GOOjQgUyKVs

Bjørnstjerne Martinus Bjørnson, terceiro escritor a conquistar o Nobel da Literatura


Bjørnstjerne Martinus Bjørnson. Escritor norueguês nascido em Kvikne, que recebeu o Prêmio Nobel da Literatura (1903) como um tributo à sua poesia nobre, magnífica e versátil, que sempre se distinguiu pela frescura da sua inspiração como pela rara pureza do seu espírito, e considerado como um dos quatro grandes escritores da Noruega, juntamente com Henrik Ibsen, Jonas Lie e Alexander Kielland. Filho de um pastor norueguês, foi educado em em Christiânia, hoje Oslo, onde cedo participou do movimento para um teatro norueguês nacional e escreveu alguns jogos poéticos que ele não publicou. Ainda estudante, tornou-se um crítico literário para o Morgenbladet (1854) e contribuiu como crítico e também com histórias para vários outros jornais. Começou sua carreira literária quando ele escreveu a peça épica Mellem slagene (1857) e se tornou o diretor do Teatro Norueguês, em Bergen. Durante os anos seguintes tomou parte ativa na vida política nacional, dividida com suas atividades criativas, essencialmente publicando entre tragédias históricas e contos como Arne (1858). Viveu alguns anos (1860-1863) no estrangeiro, principalmente em Itália onde foi profundamente afetado pela obra de Michelangelo e pela escultura grega. Morreu em Paris (1910) e entre seus principais trabalhos foram sucesso En fallit (1875), Redaktøren (1875), Kongen (1877), En hanske (1883), Det flager i byen og på havnen (1884), På Guds veie (1889), Over oevne, annet stykke (1895), Paul Lange og Tora Parsberg (1899), esta considerada sua peça mais importante, e Nar den ny vin blomstrer (1909).

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Serie Biblioteca Municipal de Angatuba

"O xará de Apicucos", uma leitura indispensável sobre Gilberto Freyre

AIR S.ANTUNES

Gilberto Freyre é um nome imprescindível para referenciar o Brasil em, sua história, em sua cultura, em sua miscigenação. Quando o autor de Xará de Apicucos, Gilberto Felisberto Vasconcellos esteve em Angatuba e referiu enfaticamente Darcy Ribeiro, logo foi pensado um retorno para que ele palestrasse acerca de Gilberto Freyre, retorno que não aconteceu mas que ainda se faz necessário. Aliás, tanto quanto reestudar Freyre, é importante para um entendimento mais apurado de Brasil , estudar nomes como Florestan Fernandes, Antônio Cândido, Ariano Suassuna, Câmara Cascudo, e tantos outros que expõem com galhardia um Brasil que poucos conhecem mas que, não obstante, é o real.
Freyre, em seus aprofundamentos étnicos alertou que o Brasil ao oficializar a abolição da escravatura, automaticamente, transferiu o negro da senzala para a favela. É fato que o favelado, vítima de um abismo social e econômico de dimensões incalculáveis, pouco se diferencia dos escravos em suas senzalas.
O xará de Apicucos é, além de uma extrema avaliação de um fato sociológico do qual não podemos ignorar, um primor de estilo no qual Gilberto Vasconcellos abrilhanta a narrativa de forma envolvente e instigante. Com dedicatória ao cineasta Júlio Bressane, editado pela Editora Casa Amarela, O xará de Apicucos é um forte fator de identificação entre as convivções ideológicas do seu autor e de Freyre, tanto que o “xará” do título é algo mais do que o fato de ambos chamarem Gilberto. Apicucos nada mais é do que o nome da cidade natal de Gilberto Freyre, em Pernambuco.

O xará de Apicucos - um ensaio sobre Gilberto Freyre
“No sul do país, o negro é tema ou objeto de reflexão sociológica rigorosa- porém não é língua, mesmo quando focaliza a ficção do século passado em torno do apotegma segundo o qual não há amor que dure sem mucama. Gilberto Freyte está para o Brasil assim como Sartre está para a França, segundo Darcy, no prefácio latino-americano de a “Casa Grande & Senzala”, em que ele acaba por fazer a psicanálise de si mesmo ao dividir o xará em dois: um artista e outro cientista. A admiração de Darcy cobra-lhe essa divisão fundada na volúpia de escrever. Há determinados momentos no prazer do texto em que a ciência claudica- vence o estilo!”


Publicado no Jornal de Angatuba, edição de 30 de maio de 2009

quinta-feira, 28 de maio de 2009

"Ao Vivo no Estúdio" comentado pelo próprio Arnaldo Antunes


Quando comecei a conceber o disco Qualquer, em 2006, tinha a intenção de gravá-lo num show, em DVD. Já era então um desejo antigo, mas como não pudemos viabilizar a tempo a produção para esse projeto, optei por gravar apenas o CD, em estúdio mas praticamente ao vivo, com todos os músicos tocando juntos, ao mesmo tempo.
Qualquer foi lançado em setembro do ano passado e, em outubro, estreávamos o show. Adaptamos os arranjos do disco (todo gravado apenas com instrumentos de cordas e piano) para a formação de um trio, composto por Chico Salem (que também havia participado da gravação do disco), nos violões de aço e nylon; Betão Aguiar, na guitarra e violão de nylon, e Marcelo Jeneci, nos teclados e sanfona. Creio que conseguimos recriar a atmosfera do disco, com algumas novidades de timbres e levadas. Talvez a mais marcante delas seja a presença da sanfona e dos teclados elétricos, em lugar do piano.
Aos poucos, a sonoridade foi ficando mais coesa, com os diálogos entre os instrumentos tecendo uma feição própria, de banda, o que me estimulava ainda mais a querer gravar o show em DVD.
Além das músicas do Qualquer, rearranjamos várias outras de meu repertório, trazendo-as para esse contexto sonoro mais intimista, sem bateria ou percussão. Em algumas, mudei o tom em que havia gravado originalmente, para aproximá-las da forma de interpretação menos gritada, mais grave, na região mais natural da minha voz. Entraram O Silêncio, Saiba, Pedido de Casamento, Judiaria, Socorro, Se Tudo Pode Acontecer, Fim do Dia, entre outras (dos álbuns Ninguém, O Silêncio, Um Som, Paradeiro e Saiba), incluindo releituras de Não Vou Me Adaptar e O Pulso, canções de minha época nos Titãs.
E ainda versões de Bandeira Branca (Max Nunes e Laércio Alves), que eu havia gravado para a trilha sonora do filme Gêmeas, a convite do diretor Andrucha Waddington, em 1999 (aqui mesclada, por uma certa conjunção poética, com O Buraco de Espelho), mas que não havia sido lançada em disco, e de Qualquer Coisa, de Caetano Veloso. Essa última escolha foi motivada pelo fato de eu estar fazendo um show intitulado Qualquer (assim como o CD), no qual há, além da faixa-título, uma música intitulada As Coisas (parceria minha com Gil, gravada por ele e Caetano em Tropicália 2 e regravada por mim no Qualquer), além de Socorro (parceria com Alice Ruiz), cujo refrão diz “Qualquer coisa que se sinta...”. Para mim, era como se o Qualquer Coisa do Caetano já estivesse sobrevoando e eu apenas decidisse deixar ele pousar. O caminho peculiar que o arranjo foi tomando nos ensaios, bem diferente da gravação da gravação de Caetano, também me animou a encarar essa releitura.
Nunca tive tanto prazer em cantar como nesse show. A sonoridade se adequou muito bem à intenção que eu queria imprimir no canto, mais sereno, saboreando cada sílaba. O resultado parece evidenciar as próprias canções (e a compreensão mais clara das letras), sem perder uma vibração, inevitável para mim, na atitude como sou levado a me comportar no palco. Herança do rock’n roll.
Após um ano de estrada com o show Qualquer por muitas cidades do Brasil, finalmente surgiu a oportunidade de registrá-lo em um DVD. Para nós era perfeito, pois tivemos tempo de ir aprimorando os arranjos, experimentando mudanças no roteiro, azeitando a máquina.
Mas não queria fazer apenas mais um registro de turnê. Achava que essa era uma oportunidade de criar algo especial para a linguagem do vídeo. Aí pensamos em voltar para o estúdio e, invertendo a maneira como havíamos feito o disco (no estúdio mas ao vivo) propusemos gravar um show, com público, mas no estúdio (onde teríamos condições muito favoráveis de captação de som e imagem).
O Mosh entrou na parceria, oferecendo a sala de seu estúdio A para a gravação, além de toda a estrutura para a finalização (mixagem, edição, masterização e autoração).
Gravamos para uma pequena platéia de cinquenta pessoas, sentadas no chão do estúdio, ao nosso redor. A sala da técnica, separada da sala de gravação por um vidro, acabou fazendo parte da cena.
O show já tinha um vídeo, criado por Marcia Xavier e Doca Corbett, todo em preto e branco, que funcionava como um cenário em movimento, e os figurinos, criados por Marcelo Sommer, eram todos em diferentes tons de cinza. Como já tínhamos nos apegado a esse ambiente, muito adequado para o som que vínhamos fazendo, pensamos em produzir o DVD todo em preto e branco.
Para dirigir, chamei Tadeu Jungle, que já havia dirigido dois de meus clipes (Poder e O Silêncio) e com quem tinha há tempos o desejo de fazer um trabalho de mais fôlego em vídeo. Propus trabalharmos com um conceito de luz e fotografia bem contrastadas, que se afastasse da textura dos programas de televisão e se aproximasse da estética do cinema expressionista alemão do início do século passado. Convidamos Marieta Ferber para criar o cenário, que ficou bem bonito e apropriado ao clima que buscávamos.
Como esse é meu primeiro DVD (e CD) gravado ao vivo, quis que ele fosse bem representativo de minha carreira, de uma maneira geral. Ampliei um pouco a panorâmica que o roteiro dá sobre o meu repertório, incluindo algumas outras canções, além de uma inédita (Quarto de Dormir, parceria minha com Marcelo Jeneci).
E convidei para participarem alguns artistas amigos que foram importantes nesses 25 anos de carreira. Com Nando Reis cantei Não Vou Me Adaptar, que gravamos juntos com os Titãs (no disco Televisão e, posteriormente, no Go Back, ao vivo em Montreux) e que ele incluiu depois em seu repertório solo. Com Edgard Scandurra fiz Judiaria (de Lupicínio Rodrigues, que gravamos juntos no álbum Ninguém), quase toda apenas com voz e guitarra. Com Branco Mello cantei Eu Não Sou Da Sua Rua, parceria nossa dos anos 80, que havia sido gravada por Marisa Monte em 91 e que eu regravei no Qualquer.
Com as presenças de Branco e de Nando estava bem representada minha fase nos Titãs. Com Edgard, parceiro que participou de todos meus discos; minha carreira solo. Faltava minha outra banda, Tribalistas. Carlinhos e Marisa atenderam ao meu chamado, e veio também Dadi, que gravara conosco, para fazermos duas músicas daquele repertório — Um a Um e Velha Infância.
O resultado está aí.
Ao Vivo No Estúdio.
Espero que quem veja e ouça se divirta tanto quanto nós, ao gravá-lo.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Artistas da região




A primeira obra é o "Sofá azul e aroma de cereja", de Regina Leopardi, de Itapeva
A segunda, sem título, é de Marlene Passos, de Angatuba




quinta-feira, 7 de maio de 2009

Arte do Comum


A arte do artista é sustento
horizonte e consolo
ouvidos e língua
e essência.
Do artista nada mais se espera
já que vive para tal
arte vinda de artista é algo muito natural.
Trabalha, aplica, matuta,
a inspiração vira método
a criação parafuso
a estética freguês número um.
A arte do artista, no raso,
é profundamente comum.

Mas haverá arte nos sem talento algum?
O muro do pedreiro
a canção de chuveiro
o batuque na mesinha
um toque de campainha
a jura de amor mal escrita
a poesia meio esquisita
as rimas óbvias…
e a impossível!
É empinar pipa
é dividir o pão
é fazer com carinho
é pedir perdão.
A arte do comum é pura pretensão
mas revela, sincero e amador,
o coração.
Extraída do site Nós, Senhor

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A alma de Tacutsi

MARLENE PASSOS

Dois jovens guerreiros Sioux sobem a montanha para tentar caçar pois havia escassez de alimento na aldeia. Sem demora um urso se aproxima, olhar de fera faminta, os índios apontam flechas e lançam. O sioux mais velho tenta distrair e ao mesmo tempo enfrentar o urso, olhar de fera para fera. O urso sente a lança perto do coração, mas mesmo assim reage dando um golpe fata l em Terosic. O índio cai e o urso foge. Karenoc grita ao ver o irmão sem vida. Nesse instante a lua desce e traz uma linda mulher trajando vestes de pele de urso branco, e nos longos cabelos tranças com penas de águia.
-Não tema, trago a ressurreição para seu irmão.
-Você é Tacutsi, a deusa da vida? Pergunta Karenoc, assustado.
-Sim, vim salvar seu irmão porque a aldeia precisa de sua força espiritual , e você por ser mais jovem tem muito a aprender.
Nesse instante Tacutsi canta uma suave canção como se a natureza fizesse um coral. Ajoelha-se perto de Terosic e massageia o coração, depois a fronte, inspira e expira nas narinas do índio para devolver-lhe a vida. Numa respiração profunda ele abre os belos olhos negros e se encanta com a deusa fazendo aquele ritual.
-O urso....-ele diz.
-Não se preocupe, ele fugiu -diz o irmão.
- O urso não resistiu ao ferimento, o corpo está próximo desse local, pode levá-lo para alimentar sua aldeia.
A força espiritual do urso elevou-se à outras esferas para purificar-se e fortalecer os instintos. Agora vão.
Os irmãos amarram o urso em cipós e vão puxando. A aldeia faz um ritual de dança e canto para agradecer o alimento.
O tempo passa e numa certa noite Terosic, que em ritual de guerra era chamado de lobo selvagem, se afasta dos integrantes e segue o caminho da montanha,
Chega ao local onde fora salvo. O olhar se perde entre o claro da lua e em pensamento chama a alma da mãe criadora que usou sua mágica para dar vida às plantas, árvores, lagos, montanhas e a sua essência, Aquele guerreiro estava sofrendo por amor. A lua desce e surge Tacutsi o fazendo sorrir.
-Pensei que não a veria mais!
-Meu guerreiro, sinto o que diz seu coração, não pode alimentar esse sentimento.
-Por que o amor precisa ser tão cruel? Se era para sofrer por que me salvou?
-O amor pela aldeia precisa ser maior que o amor individual, eles necessitam de sua energia espiritual.
-Penso em sua luz todo instante, seu instinto é imune ao amo?
-Não, amo profundamente tudo que toco, tudo que manifesta vida,mas não posso amá-lo como companheira.
-Por que? Devo minha vida a ti.
-Nâo guerreiro, sua ressurreição foi necessária, a natureza segue seu curso.
-Então faça que esse amor se transforme e não me deixe sofre tanto.
-Meu guerreiro, quando enfrenta-se o silêncio da própria solidão é que se conhece verdadeiramente e sente a necessidade do controle vital.
-Não há como fugir das lições e efeitos da vida.
-A dor do amor é única. Não sente nada por mim?
-Devolvi sua vida por amor, mas meu corpo não pode amá-lo, possuo outra natureza fluídica. Meu corpo não contém a sensibilidade da entrega carnal. Minha alma pode amá-lo, mas nunca haverá contato entre nós como existe com os amantes.
-Estou condenado à solidão...
Lobo Selvagem abaixa-se e num gesto de carinho Tacutsi afaga seus cabelos.
-Não sofra guerreiro, a luz do amor sempre se renova e em breve salvará uma bela índia das águas tuvas do rio.
Esse sim será um amor de pura sedução vinculado ao amor divino. A felicidade é uma conquista, mas também tem uma hora para acontecer. Agora volte a aldeia, estão sentindo sua falta. Lobo Selvagem retorna com a sensação de que realmente tudo se renova a cada estágio.E assim a luz seduz lendas e crenças.

M.P- Decoração artesanal MP (tapetes, blusas, pintura em tela infantil e paisagens) Mergulhe na magia das cores . Fone: 9751-2024

Jornal de Angatuba 30/04

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Esperança da África


Mãe da África Negra,
Virgem da esperança, Mãe dos pobres,
Senhora de milhões de refugiados,
escuta-nos!

Mãe dos povos oprimidos
caminha conosco pelas
estradas da vida.

Queremos caminhar na esperança!
Mãe dos negros, há muita miséria entre nós.
Que os povos da África
se encaminhem para o progresso,
pelos caminhos da paz, na justiça.

Falta o pão material em muitas casas.
Falta o pão da verdade em muitas mentes.
Falta o pão do amor em muitos homens e mulheres.
Falta o pão do Senhor em muitas aldeias.

Nossa Senhora da África
ilumina nossa esperabça,
alivia nossa pobreza,
caminha conosco para o Pai. Assim seja!


Arte: batik de Nossa Senhora da África (de Burkina Fasso, país africano)

sábado, 18 de abril de 2009

Feliz Aniversário Da Vinci!



"Eu estou impressionado com a urgência de fazer. Saber não é o suficiente, nós precisamos aplicar o que sabemos. Ter vontade não é o suficiente, nós precisamos fazer." Leonardo Da Vinci

Leonardo Da Vinci nasceu no dia 15 de Abril no ano de 1542 como filho ilegítimo de Piero da Vinci. Da Vinci foi aprendiz de Andrea Del Verrocchio, famoso artista da época, mas logo desenvolveu o seu próprio estilo de pintura que se transformou em um alto padrão renascentista adotado vinte anos depois por Michaelangelo e Rafael. O seu trabalho principal era a pintura, mas a sua mente imaginativa e inventiva o levou a outros campos do conhecimento, tais como inventor, cientista, engenheiro, arquiteto, escultor, músico, matemático, anatomista, astrônomo, geólogo, biológo e filósofo. Leonardo teve muitas idéias a frente do seu tempo. Os diários que resistiram ao tempo mostram desenhos de novos tipos de relógios, máquinas voadoras etc etc etc. Ele escreveu o primeiro livro sobre anatomia humana e foi o primeiro ser humano a compreender que a luz da Lua era um reflexo da luz do Sol. "Salas pequenas disciplinam a mente, salas grandes a enfraquecem".
Da Vinci não completou os grandes projetos que ele desenhou em seus diários. Ele pulava de um tópico para o outro com grande velocidade, terminando pouca coisa em vida. Nem a Monalisa ele entregou. Quando morreu, ele tinha em sua posse apenas 20 pinturas, entre elas a Monalisa. Aparentemente, ele ainda estava trabalhando nessas obras. "A pior coisa do mundo é quando você vê a teoria vencer a performance".
Nos dias de hoje, Da Vinci talvez fosse contratado como chefe de pesquisas de alguma universidade famosa. Nada mais do que isso. Ele deixou muitas anotações, mas pouca coisa prática para colocar em um portfólio de verdade. Durante 35 anos, Da Vinci anotou os seus pensamentos em dezenas de diários, estima-se hoje que algo em torno de 100 volumes foram escritos. Muito se perdeu. Apenas 5 mil páginas foram preservadas, algumas delas arremetadas por Bill Gates alguns anos atrás. "Uma vez que você tenha experimentado o gosto de voar, você passará a andar pela Terra com os olhos voltados para o céu".
Leonardo Da Vinci era o tipo de pessoa que hoje chamamos de "gênio". Mas ele tinha sérios problemas em focar sua mente em um único projeto por um longo período de tempo. Depois de resolver os problemas conceituais, Da Vinci perdia o interesse pelo assunto até que alguém o cobrasse de alguma coisa. Além disso, Da Vinci fazia o tipo perfeccionista sobre detalhes mínimos que ninguém conseguia enxergar. Essa é uma das razões porque os seus trabalhos nunca terminavam. "Leonardo da Vinci foi um procrastinador irremediável. Leonardo tinha medo do sucesso, ele nunca deu o melhor de si para nada. Dessa maneira não existiam chances de falhar. É melhor sabotar-se a si mesmo do que se expôr ao ridículo."
Giorgio Vasari, seu biógrafo afirma que Da Vinci foi o mais famoso ser humano com distúrbio do deficit de atenção a passar pelo planeta. Por outro lado, talvez não tenha surgido na face da Terra, alguém com tantos insights relevantes para diferentes áreas como Da Vinci.
"Eu ofendi a Deus e a raça humana ao entregar um trabalho que não atendeu a qualidade mínima necessária."
Leonardo Da Vinci, no leito de morte

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Pérola da literatura

"....Ao clarear da manhã entregavam-se à azáfama da construção dos casebres. Estes, a princípío apinhando-se próximos à depressão em que se erigia a primitiva igreja, e descendo desnivelados ao viés das encostas breves até ao rio, começaram a salpintar, esparsos, o terreno rugado, mas longe.
Construções ligeiras, distantes do núcleo compacto da casaria, pareciam obedecer ao traçado de um plano de defesa. Sucediam-se escalonadas, ladeando os caminhos. Marginavam a de Jeremoabo, erectas numa e outra margem do Vazo-Barris, para jusante até Trabubu e o Ribeirão de Macambira. Pontilhavam o do Rosário, transpondo o rio e contornando a Favela. Espalhavam-se pelos cerros, que se sucediam inúmeros segundo o rumo de Uauá.. Inscritas em cercas impenetráveis de gravatás, plantados na borda de um fosso envolvente, cada uma era do mesmo passo, um lar e um reduto. Dispunham-se formando linhas irreguladres de baluartes.
Porque a cidade selvagem, desde o princípio, tinha em torno acompanhando-o no crescimento rápido, um cículo formidável de trincheiras cavadas em todos os pendores, enfiando todas as veredas, planos de fogo volvidos, rasantes com o chão, para todos os rumos. Veladas por touceiras inextricáveis de macambiras ou lascas de pedra, não se revelavam à distância. Vindo do levante, o viajor que as abeirasse, ao divisar, esparsas sobre os cerros, as choupanas exíguas à maneira de guaritas, acreditaria topar uma racnharia esparsa de vaqueiros inofensivos.
Atingira, de repente, a casaria compacta, surpresa, como se caísse numa tocaia".


Trecho de "Os Sertões", de Euclides da Cunha

quarta-feira, 1 de abril de 2009

“Crônica de uma guerra secreta”, o caminho do Nazismo na América Latina

AIR S.ANTUNES

Se o nosso ditador Getúlio Vargas tinha lá suas quedas pelo Nazismo ele não era voz isolada por essas bandas latinas além de que, ele não acentuou este seu sentimento tanto quanto os nossos vizinhos argentinos. Mas o lance aqui não é discutir o GV, e sim comentar o sentimento nazista relatado por Sérgio Correa da Costa em seu livro Crônica de uma guerra secreta com relação à conexão argentina.
A obra apresenta o Nazismo na América, em especial entre os portenhos. De sua parte o autor revela se r essa sua crônica o ocaso de sua vida, algo que tem como pedra angular uma aventura de mocidade ao tempo de Perón e Evita. Afirma que conservou “esta aventura” em segredo até o momento do lançamendo do livro. Na tal aventura penetrou nos recintos do “archivo de lá nacion” e fotografou documentos ultra-secretos, altamente comprometedores do governo argentino e, como diz, “isso vale salientar, muito antes de James Bond nos ter ensinado o caminho”.
Na empreitada argentina em favor do nazismo, ecoava a pretensão de Adokf Hitler, em 1933, quando disse “Criaremos no Brasil uma nova Alemanha. Encontraremos lá tudo que necessitamos”. Com certeza a “nova Alemanha” de Hitler não se detinha no que é atualmente o estado de Santa Catarina. “Crônica de uma guerra secreta” dá conta de que a Argentina foi mais do que uma mera simpatizante do regime de Hitler, pelo contrário, foi participante ativa no projeto “Conquista da América”, incluído neste um Brasil ajoelhado, prostrado, perante a hegemonia nazista.
O autor
Diplomata e historiador, membro da Academia Brasileira de Letras, Sérgio Correa da Costa teve longa carreira a serviço do país, chegando a secretário geral do Itamaraty e a ministro interino das Relações Exteriores. Ao deixar a embaixada de Londres, foi nomeado representante permanente junto às Nações Unidas e, a seguir, embaixador em Washington, função que exerceu até sua aposentadoria. Possui significativa bibliografia, onde sobressaem As quatro coroas de D. Pedro I, Pedro I, Methernich, traços de uma guerra diplomática e A diplomacia do Marechal -intervenção estrangeira na Revolta da Armada.

Comentário publicado na edição do Jornal de Angatuba de 27 de março de 2009 na seção “LIVROS DA BIBLIOTECA PÚBLICA DE ANGATUBA

domingo, 29 de março de 2009

Amanhã eu fico triste, hoje não!

“Amanhã fico triste… amanhã!Hoje não… Hoje fico alegre!E todos os dias, por mais amargos que sejam, eu digo: Amanhã fico triste, hoje não…”

(Poema encontrado na parede de um dos dormitórios de crianças do campo de extermínio nazista de Auschwitz)

sexta-feira, 27 de março de 2009

Pérola Literária- Oswald de Andrade

Um dia, os imigrantes aglomerados na amurada da proa chegaram à fedentina quente de um porto, num silêncio de mato e de febre amarela. Santos. -É aqui! Buenos Aires é aqui! - Tinham trocado o rótulo das bagagens. Desciam em fila. Faziam as suas necessidades nos trens de animais onde iam. Jogaram-nos num pavilhão comum em São Paulo. -Buenos Aires é aqui! Amontoados com trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que pretos guiavam através do mato, por estradas esburacadas, chegavam uma tarde às senzalas donde acabavam de sair o braço escravo. Formavam militarmente nas madrugadas do terreiro, homens e mulheres, ante feitores de espingardas ao ombro. Idílio Moscovão era moça, e olhava as colonas frescas descidas dos barcos da Europa.
Trecho de "A Revolução Melancólica" de Oswald de Andrade.

sexta-feira, 20 de março de 2009

...de Karl Kraus


Sátiras que o censor entende, proíbe-se com razão.

O diabo é um otimista, se acha que pode tornar as pessoas piores do que já são.

A poesia concreta é de Augusto Campos

quarta-feira, 18 de março de 2009

Pérola literária de Machado de Assis

Aquele bom rapaz tinha a salutar crendice da esperança, em que muita vez se resume todas as bençãos da vida. Pedia muito, como alma sequiosa que era, mas bem pouco bastava a contentá-lo. A imaginação multiplicava os zeros, com um grão de areia construiria um mundo. A afabilidade de uns e a cortesia de outros, tanto bastou para que ele julgasse quase no termo de suas aspirações; e posto não lhe desse Guiomar uma só das animações de outro tempo, - que aliás tão frágeis eram, ainda assim acreditou ele piamente que o amor nascia , ou renascia, naquele rebelde coração.
Trecho de A mão e a luva, de Machado de Assis

segunda-feira, 16 de março de 2009

...de Fernando Pessoa

Nascemos ao por do sol e morremos antes da amanhã,
Conhecemos a escuridão total do mundo que conhecemos,
Como podemos adivinhar sua verdade, para a
escuridão nascida.
A consequência obscura do brilho ausente?
Apenas as estrelas a nos ensinar luz. Agarramos
Suas pequenesas espalhadas com pensamentos
a perambular.
E ainda que seus olhos sejam mascarados pela noite,
Olham, mas não as notícias do dia.
Por que deveriam essas pequenas negações do todo
Mas que o todo negro os olhos deliciados atraíram?
Porque em nome de "valor" a alma cativa
Se une ao pequeno e ao grande detrai?
Fora da luz do amor, o desejo de anoitecer s`esgarça,
E um pensamento do dia na noite atingimos

domingo, 15 de março de 2009

Ganhou, em 1902, o Nobel de Literatura em sua segunda edição


Historiador alemão, de nome completo Christian Matthias Theodor Mommsen, nascido em 1817 e falecido em 1903, foi galardoado com o Prêmio Nobel da Literatura em 1902. Foi professor de Direito na Universidade de Leipzig. Mais tarde, mudou-se para a Universidade de Zurique e de Breslau. Em 1858 tornou-se regente da cadeira de História da Antiguidade na Universidade de Berlim, tendo contribuído para a aplicação de métodos científicos relacionados com a área, em particular, com o tema de Roma. Contribuiu em grande escala para a publicação do Corpus Inscriptionum Latinarum (compilação de inscrições romanas) pela Academia de Berlim. Foi membro da Academia das Ciências e das Artes da Prússia e, como liberal, fez parte do parlamento prussiano. Römische Geschichte (História de Roma , 1854-1856) é a sua obra-prima.

sábado, 14 de março de 2009


De Kant

"A fim de que um conhecimento possa ter uma realidade objetiva, isto é, referir-se a um objeto, encontrando seu valor e sua significação, é necessário que o objeto possa ser dado de alguma forma. Sem isto, os conceitos são vãos e qualquer coisa que assim for concebida será como se nada tivesse sido feito: é apenas brincar com representações. Dar um objeto se neste, ao mesmo tempo, não se pensar imediatamente, se não representar na intuição, é apenas relacionar sua representação. Dar um objeto se neste, ao mesmo tempo, não se pensar imediatamente, se não representar na intuição, é apenas relacionar sua representação com experiência (real ou possível).
Espaço e tempo são seguramente conceitos puros de todo elemento em perigo e, por conseguinte, representador ´à priori´em nosso espírito; mas mesmo assim, careceriam de todo valor objetivo e significação se a sua explicação não fosse necessária nos objetivos da experiência.
A própria representação é apenas um esquema que sempre se refere à imaginação produtiva, aquela que provoca os objetivos da experiência, sem os quais não teriam nenhuma significação e, mesmo assim, com todos os conceitos, sem distinção".

Trecho de "A Crítica da Razão Pura", de Emanuel Kant

sexta-feira, 13 de março de 2009

terça-feira, 10 de março de 2009

A excomunhão da vítima


Miguezim da Princesa *

I
Peço à musa do improviso
Que me dê inspiração,
Ciência e sabedoria,
Inteligência e razão,
Peço que Deus que me proteja
Para falar de uma igreja Que comete aberração.

II
Pelas fogueiras que arderam
No tempo da Inquisição,
Pelas mulheres queimadas
Sem apelo ou compaixão,
Pensava que o Vaticano
Tinha mudado de plano,
Abolido a excomunhão.

III
Mas o bispo Dom José,
Um homem conservador,
Tratou com impiedade
A vítima de um estuprador,
Massacrada e abusada,
Sofrida e violentada,
Sem futuro e sem amor.

IV
Depois que houve o estupro,
A menina engravidou.
Ela só tem nove anos,
A Justiça autorizou
Que a criança abortasse
Antes que a vida brotasse
Um fruto do desamor.

V O aborto, já previsto
Na nossa legislação,
Teve o apoio declarado
Do ministro Temporão,
Que é médico bom e zeloso,
E mostrou ser corajoso
Ao enfrentar a questão.

VI
Além de excomungar
O ministro Temporão,
Dom José excomungou
Da menina, sem razão,
A mãe, a vó e a tia
E se brincar puniria
Até a quarta geração.

VII
É esquisito que a igreja,
Que tanto prega o perdão,
Resolva excomungar médicos
Que cumpriram sua missão
E num beco sem saída
Livraram uma pobre vida
Do fel da desilusão.

VIII
Mas o mundo está virado
E cheio de desatinos:
Missa virou presepada,
Tem dança até do pepino,
Padre que usa bermuda,
Deixando mulher buchuda
E bolindo com os meninos.

IX
Milhões morrendo de Aids:
É grande a devastação,
Mas a igreja acha bom
Furunfar sem proteção
E o padre prega na missa
Que camisinha na lingüiça
É uma coisa do Cão.

X
E esta quem me contou
Foi Lima do Camarão:
Dom José excomungou
A equipe de plantão,
A família da menina
E o ministro Temporão,
Mas para o estuprador,
Que por certo perdoou,
O arcebispo reservou
A vaga de sacristão.

(*) Poeta popular, Miguezim de Princesa, é paraibano radicado em Brasília.

segunda-feira, 9 de março de 2009

"Jesus, o Filho do Homem", uma pérola literária

Quando Ele estava conosco, fitava-nos e ao nosso mundo com olhos deslumbrados, pois Seus olhos não eram velados com o véu dos anos, e tudo quando Ele via era claro à luz de sua juventude.
Embora conhecesse a profundidade da beleza, estava constantemente surpreendido com sua paz e sua majestade; e postava-se diante da terra como o primeiro homem se postara diante do primeiro dia.
Nós, cujos sentidos se têm embotado, olhamos à plena luz do dia e, entretanto, não vemos. Apuramos nossos ouvidos. E estendemos à frente nossas mãos, mas não tocamos. E mesmo que se queime todo o incenso da Arábia, seguimos nosso caminho e não sentimos odor algum.
Não vemos o lavrador voltando do seu campo ao anoitecer; nem ouvimos a flauta do pastor quando ele guia seu rebanho ao redil; nem estendemos os braços para tocar o poente; e nossas narinas não anseiam mais pelas rosas de Sharon.
Não, não honramos reis sem reinos; nem ouvimos o som das harpas, salvo quando as cordas são tocadas pelas mãos; nem vemos uma criança brincando em nosso bosque de oliveiras como se fosse uma jovem oliveira. E todas as palavras precisam nascer de lábios carnais, senão nos consideramos uns aos outros surdos e mudos.
Em verdade, nós fitamos mas não vemos, e escutamos, mas não ouvimos; comemos e bebemos, mas não saboreamos. E aí está a diferença entre nós e Jesus de Nazaré. Todos Seus sentidos eram continuamente renovados, e para Ele o mundo era sempre um mundo novo.
Para Ele, um balbucio de bebê não era menos do que o grito de toda a humanidade, enquanto que para nós é apenas um balbucio.
Para Ele, a raiz de um ranúnculo era um anseio por Deus, enquanto que para nós é apenas uma raíz.

De Jesus, O Filho do Homem, livro de Gibran Khalil Gibran

Comunicação difícil


Um dos fatores que contribuem para gente não entender a mensagem está na forma que ela chega. Às vezes tamborila em nossos ouvidos a grosseria do primitivo !

Os trilhos


Os trilhos da ferrovia, mais paralelos impossível! Duas linhas em harmonia, em sintonia com o objetivo de trazer, de levar, de transportar....trilhos urbanos, rurais, linhas que ligam destinos!


Os trilhos da foto são do ramal da antiga Sorocabana. O trecho da foto está em Angatuba.

domingo, 8 de março de 2009

Dica literária

Apologia dos bárbaros

Da editora Boitempo, Apologia dos Bárbaros, do sociólogo norte-americano Mike Davis, é uma coletânea de artigos combativos, curtos, sobre a vida política norte-americana. A sordidez e o cinismo desta vida política estão evidenciados na obra. Considerado do mesmo nível do acadêmico Noam Chomsky, Mike Davis é referência indicada para aqueles que querem se aprofundar nos meandros políticos de Tio Sam.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Sobre a mulher

O céu recusou o gênio às mulheres, para que toda chama pudesse encontrar-se nos seus corações. Antoine Rivarol

Há de tudo um pouco nas lágrimas das mulheres. Henry François Becque

As mulheres constituem a metade mais bela do mundo. Jean-Jacques Rousseau

Amar apenas as belas mulheres e suportar os maus livros são sinais de decadência. Josheph Joubert

O pudor dá às mulheres um encanto irresistível. Anatole France

As mulheres louvam de muita boa vontade os que as admiram. Jean-Jacques Rousseau

A graça é um reflexo do amor sobre um fundo de pureza. A pureza é a própria mulher. Jules Michelet

Pode-se graduar a civilização de um povo pela atenção, decência e consideração com que as mulheres são educadas, tratadas e protegidas. Marquês de Maricá

Quando uma mulher estiver falando com você, escute o que ela diz com seus olhos. Victor Hugo

O caminho da mulher honesta está juncado de flores, mas estas crescem atrás dos seus passos e não na frente. John Ruskin

A maioria das vezes o que nos parece ciúme, na mulher, não passa de rivalidade. Anatole France

Para mim, a mulher não é para exibir, é para dar atenção e para amar. Ayrton Senna

Para a mulher, os romances que faz são mais interessantes que os romances que lê. Theophile Gautier


Há sempre, nas mais sinceras confissões das mulheres, um cantinho de silêncio. Paul Bourget

A mulher é a rainha do mundo e escrava de um desejo. Honoré de Balzac

Aos 40 anos, a mulher está longe de ser fria e insensível, mas ela sabe, quando necessário, cobrir o fogo com as cinzas. Mary Wortley Montagu

As mulheres, como os sonhos, jamais são com as queres. Luigi Pirandello

As mulheres combatem nos filhos os defeitos dos maridos. Carmen Sylva

Nada vale o mérito de uma mulher que desconhece a bondade. Molière

A mulher infiel é como o sacerdote incrédulo; o derradeiro estágio da hipocrisia humana. Denis Diderot

Aquele que conheceu apenas a sua mulher, e a amou, sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil. Leon Tolstoi

A mulher formosa, mas sem graça, é uma rosa sem perfume. Cesare Beccaria

As mulheres julgam inocente tudo quanto se atrevem a fazer. Joseph Joubert

Quase sempre as mulheres fingem desprezar o que mais vivamente desejam. William Shakespeare

Por mais que protestemos e vociferemos, sabe a mulher enredar-nos com um simples fio de cabelo. John Dryden

As mulheres podem perdoar a violência, mas nunca o ridículo. Paolo Mantegazza

As mulheres não foram feitas para a fuga. Quando correm é porque desejam ser perseguidas. Jean-Jacques Rousseau

A mulher que amamos sempre terá razão. Alfred de Musset

Toda mulher está errada até que ela chore, e então ela tem razão, imediatamente. Thomas C. Haliburton

Não fale para uma mulher como ela é bonita, diga que não há outra mulher como ela, todas estradas se abrirão para você. Jules Renard

Você não conhece uma mulher até que você receba uma carta dela. Ada Leverson

Pérola Literária

Ao cair da tarde (singular expressão é esta, que faz da luz ou do seu desmaio, "ao cair da noite", algo de pesado e denso que desce sobre a terra agressivamente), depois do dia de trabalho, se o tempo está macio e o cansaço não pede o rápido refúgio em casa, onde em geral outro trabalho espera, gosto de andar pelas ruas da cidade, distraído para os que me conhecem, agudamente atento para todo o desconhecido, como se procurasse decididamente outro mundo. Posso então parar em frente de uma montra onde nada existe que me interesse, ser microscópio assestado às pessoas, radiografar rostos para além dos próprios ossos, penetrar na cidade como se mergulhasse num fluído resistente, sentindo-lhes as asperezas e as branduras. Nessas ocasiões é que faço as minhas grandes descobertas: um pouco de fadiga, um pouco de desencanto, são, ao contrário do que se pensaria, os ingredientes ótimos para a captação mais viva do que me cerca".
Trecho de "A Bagagem do Viajante", de José Saramago

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

"O Caçador de Pipas", uma dica literária


Livro que faz um bom tempo nos primeiros lugares de venda e o mais retirado da Biblioteca Municipal de Angatuba no último trimestre de 2008. O Caçador de Pipas , de Khaled Hosseini, trata-se de uma narrativa insólita e eloquente sobre a frágil relação entre pais e filhos, entre os seres humanos e seus deuses, entre os homens e sua pátria. Uma história de amizade e traição, que nos leva dos últimos dias de monarquia do Afeganistão às atrocidades de hoje.
Amir e Hassan cresceram juntos, e, exatamente como seus pais. Apesar de serem de etnias, sociedades e religiões diferentes, Amir e Hassan tiveram uma infância em comum, com brincadeiras, filmes e personagens. O laço que os une é muito forte: mamaram do mesmo leite, e apenas depois de muitos anos Amir pôde sentir o poder dessa relação.
Amir nunca foi o mais bravo ou nobre, ao contrário de Hassam que decidiu quem Amir seria, durante a batalha da pipa azul, uma pipa que mudaria o destino de todos.
Grande sucesso da literatura mundial, aclamado pelo público, O Caçador de Pipas teve seus direitos de edição vendidos para 29 países e já está nas telas de cinema do mundo todo, numa produção de Sam Mendes, o mesmo diretor de Beleza Americana.
Fato curioso: O Caçador de Pipas é proibido no Afeganistão, justificativa, o filme pode incitar à violência.


O autor
Khaled Hosseini nasceu em Cabul, em 1965. Aos 11 anos, se mudou com sua família para Paris, onde seu pai assumiria um posto diplomático na embaixada afegã. Após o mandato de seu pai na França, Hosseini voltou para um Afeganistão vítima do sangrento golpe comunista e da invasão soviética. Sua família pediu asilo político, e em 1980, foi para San Jose, California, onde Khaled se formou em medicina.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O seu amor


O seu amor
Ame-o e deixe-o
livre para amar

O seu amor
ame-o e deixe-o
ir aonde quiser

O seu amor
Ame-o e deixe-o
BRINCAR

Ame-o e deixe-o
CORRER

Ame-o e deixe-o
CANSAR

Ame-o e deixe-o
DORMIR EM PAZ

O seu amor
ame-o e deixe-o
SER O QUE ELE É
A obra de arte, "O Beijo", é do francês Tolouse Lautrec


Poema enviado por Mirele Antunes Serrano

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Poesia de um palestino sobre o ataque de Israel contra seu povo

Ocuparam minha pátria
Expulsaram meu povo
Anularam minha identidade
E me chamaram de terrorista

Consfiscaram minha propriedade
Arrancaram meu pomar
Demoliram minha casa
E me chamaram de terrorista

Assassinaram minhas alegrias,
Sequestraram minhas esperanças,
Algemaram meus sonhos,
Quando recusei todas as barbarias
Eles.... mataram um terrorista.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Tese de mestrado na USP por um psicólogo

'O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME A EDUCAÇÃO QUE RECEBE'

Plínio Delphino, Diário de São Paulo.

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres invisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.
Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida: 'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o pesquisador.
O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. 'Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão', diz.
No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo.
No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi.
Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar. O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.
E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?
Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão. E quando você volta para casa, para seu mundo real? Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.
Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'.
*Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

PENSAMENTO DO DIA EM 1867!!!

Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado".

Karl Marx, in Das Kapital, 1867

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O predador


Alguém virá fechar

a porteira

de madeira.

Alguém replantará uma floresta.

Alguém será honesto

ou talvez justo.

Alguém respeitará os últimos arbustos.


Entrementes

tu mentes

e eu mostro os meus dentes.

Por enquanto comemos;

o que é de somenos.

O importante é não sofrermos.

Eu bebo vinho francês;

e vocês? Vocês carregam

a mágoa de nem mesmo, terem água.

Cavem a terra; eu cavo

o ouro do Tesouro.

Plantar sem aditivos nem venenos

é sonho vosso. O nosso

é escavar debaixo dos tapetes

das ante-salas e dos gabinetes.


Dizeis que chegam pássaros migrantes?

Que importa;

os arrivistas chegam antes.


Ah, não tendes nenhuma importância.

Como as florestas

a água

o cérebro das crianças

estais para findar. E nós

os novos roedores

comemos o alicerce da Terra

e arredores.


Há névoas e fumos em todas as salas

em todas as aves e ares e selvas

que ardem.


É fogo!

E fumegamos os nossos charutos

enquanto queimamos os vossos futuros

e o vosso ar puro.

É fogo! E manipulamos os orçamentos

e passamos varrendo como os ventos

lambendo feito labaredas

as folhas verdes, as verdes sedas

das notas de dólares, lúbricas, ótimas!


Últimos.

Somos os últimos.

Os últimos frutos nós comemos,

os últimos filhos nós fazemos,

os últimos filhos nós comemos

os últimos venenos difundimos

as últimas águas poluimos

e vamos que vamos

os últimos.

E rimos!!!


E escrevemos.


Renata Pallotini
A arte pop denomina-se "Arma de Fogo"´(1968). Do artista plástico norte americano Roy Lichtenstein

Mário de Andrade / Augusto Campos


Tenho de ver por tabela,

sentir pelo que nos contam


(......)


Seringueiro, eu não sei de nada!

E no entanto estou rodeado

Dum despotismo de livros


Mário de Andrade
Pós tudo, a poesia concreta é de Augusto Campos

...pérolas de Marx

O caminho do inferno está pavimentado de boas intenções.

Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência.

O dinheiro é a essência alienada do trabalho e da do homem; a essência domina-o e ele adora-a.

A religião é o suspiro da criança acabrunhada, o coração de um mundo sem coração, assim como também o espírito de uma época sem espírito. Ela é o ópio do povo.

A história da sociedade até aos nossos dias é a história da luta de classes.

A religião é o ópio do povo.

Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo.

Uma idéia torna-se uma força material quando ganha as massas organizadas.

As idéias dominantes numa época nunca passaram das idéias da classe dominante.

As revoluções são a locomotiva da história.

O que distingue uma época econômica de outra, é menos o que se produziu do que a forma de o produzir.

Os operários não têm pátria.

Se o bicho da seda tecesse para ligar as duas pontas, continuando a ser uma lagarta, seria o assalariado perfeito.

Quanto menos comes, bebes, compras livros e vais ao teatro, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, práticas esportes, etc. , mais economizas e mais cresce o teu capital. És menos, mas tens mais. Assim todas as paixões e atividades são tragadas pela cobiça.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Drummond / Gregory Colbert


Não, não haverá para os ecossistemas

aniquilados Dia seguinte.

O ranúnculo da esperança não brota

No dia seguinte.

A vida harmoniosa não se restaura

No dia seguinte.

O vazio da noite, o vazio de tudo

Será o dia seguinte
(Carlos Drummond de Andrade)
(A arte é de Gregory Colbert)

"A orgia dos troféus"

Outros blogueiros já tocaram neste mesmo assunto e até com o mesmo título. Mas foi com este título que a revista Carta Capital de alguns anos atrás transcreveu artigo de Jason Cowley sobre "a orgia dos troféus" , do qual saíram estas pérolas:

"A arte começa a se parecer com o esporte, com listas de vencedores e perdedores e espetáculos de competição: Os Oscars, os Baftas, os Brits."

"No mundo dos livros, os prêmios há muito suplantaram as resenhas como meio principal de divulgação literária. Hoje, eles também estão retirando dos críticos profissionais a tarefa de julgar".

"(....) a biografia resumida a uma mera lista de prêmios obtidos, a um exercício de auto-enaltecimento. É como se não tivéssemos outra linguagem para elogiar um autor ou nenhum outro vocabulário de avaliação".

"(...) como se as conquistas passadas validassem a oferta atual".

"Mas não se deve levar isso demasiadamente a sério, sobretudo quando nos lembramos que o primeiro Nobel de Literatura, em 1901, o prêmio que pôs em movimento o trem dos prêmios modernos, foi ganho por Sully Prudhomme (1839-1907). Sim, isso mesmo, Sully Prudhomme. Um dos infelizes perdedores naquele ano foi Leon Tolstoi (1828-1910). O autor de Guerra e Paz e Ana Karenina nunca recebeu o Nobel. Mas Sully Prudhomme, autor de.....(bem, diga-me você!), sim".

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Uma curiosidade

Indispensável nas festas de aniversário das crianças, o brigadeiro é iguaria tradicional. O nome "brigadeiro" nasceu há cerca de 60 anos, quando mulheres empenhadas na campanha para presidente do Brasil, do brigadeiro Eduardo Gomes, faziam estes doces para distribuí-los nos comitês dos candidato. O que era chamado de "doce do brigadeiro" passou a ser identificado somente como "brigadeiro". A propósito, algo nada a ver com o doce: quem ganhou a eleição naquela ocasião foi Getúlio Vargas, que voltou para o segundo mandato.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Euclides, o ecologista




O amor à natureza em Euclides da Cunha é uma das bases de sua compreensão do Brasil, de sua superconscientização de nossa realidade. Identificado ao meio, considerado conforme as coordenadas de tempo e espaço, desenvolveu sua mensagem em autêntica identificação com nossa coletividade e o ambiente que a envolve.




"Um ruga fatal na natureza"

EUCLIDES DA CUNHA

Meus colegas- escrevo-vos às pressas, desordenadamente...
Guiam-me a penna às impressões fugitivas das multicores e variegadas télas de uma natureza esplendida, que a Tramway me deixa presencias de relance quasi. É magestoso o que nos rodeia: No seio dos espaços palpita coruscante o grande motor da vida; envolvida na clamy de scintillante do dia, a natureza ergue-se brilhante e sonora numa expansão sublime de canções, auroras e perfumes....
A promavera cinge do seio azul da matta um collar de flores e o sol, oblíquo e calido, num beijo igneo accende na fronte granítica das cordilheiras uma aureola de lampejos....por toda a parte a vida....; contudo uma idéia triste nubla-me este quadro grandioso,- lançando para a frente o olhar, avisto alli, curva sinistra, entre o cloro azul da floresta, - a linha da locomotiva, como uma ruga fatal na fronte da natureza!.....Uma ruga, sim! Ah! taxem-me muito embora de anti-progressista e anti-civilisador; mas clamarei sempre e sempre. O progresso envelhece a natureza, cada linha do trem de ferro é uma ruga e longe não vem o tempo em que ella, sem seiva, minada, morrerá!!!
E a humanidade não vive sem ella....sim meus collegas, não será dos céos que há de partir o grande ´BASTA´ (botem B bem grande!) que ponham fim a esta comédia lacrimosa a que chamam VIDA; mas sim de Londres; não finar-se-a o mundo ao rolar a última e sim ao queimar-se o último pedaço de carvão de pedra....Tudo isto me revolta, me revolta, vendo a cidade dominar a floresta, a sargeta dominar a flor! Mas....eis-me enredado em digressões inúteis....Basta de philosophias!.....O meu cargo de correspondente (?) ordena-me que escreva de modo a fazer rir (!)....ter espírito! ei o meu impossível: trago in mente (deixem passar o latim) o ser mais desenxabido que uma missa (perdoai-me ó padres!)
OBS: A TRANSCRIÇÃO RESPEITOU A GRAMÁTICA DA ÉPOCA
Os desenhos são de Marcos, jovem morador na rua Salvador Rodrigues dos Santos, em Angatuba

A mente


Os outros homens são como lentes através das quais lemos nossas próprias mentes
Ralph Waldo Emerson

A mente humana progride sempre, mas é um progresso em espiral.
Madame de Stäel

Existem apenas duas forças no mundo: a espada e a mente. A longo prazo, a espada sempre é vencida pela mente.
Napoleão Bonaparte

Aquele que pretende controlar a mente pela força é um tirano, e aquele que se submete a isso é um tolo.
Robert Ingersoll

Qualquer coisa pode corromper uma mente pervertida.
Ovídio

A mente é seu próprio lugar, e em si mesma pode fazer do Paraíso um inferno e do Inferno um paraíso.
John Milton

As mentes pequenas estão interessadas no extraordinário; as grandes mentes,no lugar comum.
Elbert Hubbard

A mente verdadeira, forte e sadia, é aquela que pode abarcar igualmente as coisas grandes e pequenas.
Samuel Johnsom

Corpos destituídos de mente são estátuas no mercado.
Eurípedes

Penso, logo existo.
Renè Descartes

Como te pareces com a água, ó mente humana.
Goethe
A OBRA DE ARTE É "GUERNICA" DE PABLO PICASSO






sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

...de Nelson Mandela


"...Não tem nada de iluminado no ato de se encolher, pois os outros se sentirão inseguros ao seu redor.

Nascemos para manifestar a glória do Espírito que está dentro de nós.

E à medida que deixamos nossa luz brilhar, damos permissão para os outros fazerem o mesmo.

À medida que libertamos nosso medo, nossa presença libera outros"


Nelson Mandela

A flor e carvoaria

Outro dia
nasceu uma flor
na janela da carvoaria.

Era amarela
a flor que havia
na janela

A regra
é que toda coisa
na carvoaria
ficasse negra

A flor amarela
que nasceu outro dia
na janela da carvoaria
não fugiu à regra

Depois daquele dia
a vida, na carvoaria
não mudou quase nada.
Mas a janela,
ela nunca mais foi a mesma;
ficou levemente perfumada

Sérgio Antunes

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

K. Kraus


Jornalista, escritor, intelectual satírico, Karl Kraus, morto em 1936, pode ser considerado alguém que viveu à frente de seu tempo. Dizer que "Educação é algo que a maioria recebe, muitos transmitem e poucos têm" o torna, a meu ver, atual, envolvido numa contemporaneidade global na qual grande parte finge que está aprendendo e outra parte finge que está ensinando.

A "química" de Lavoisier e mais um pouco


Intromissão com elegância. O remendo novo elabora lindos contornos no "antigo". O belo só se perpetua com o adereço do imprevisível. Uma linda obra de Van Gogh não continuaria bela se novos olhares não a divisassem. O "antigo", cultuado apenas sob o ponto de vista pedagógico da história, não consegue fugir de seu teor arqueológico.

Oh! Macular-se excessivamente do constante, como um pêndulo que não altera sua maneira de movimentar-se! "Intrometer-se" é contrariar este movimento, a não ser que a peça seja o "Pêndulo" de Foucault que, quando acaba-se de lê-lo, logo é colocado na estante e, de lá só o retirando para, novamente, descobrir o que escapou, ou redescobrir.

Este movimento é outro que acaba tornando-se "antigo", para não dizer rotineiro, mas como ele existem outros ainda que, manipulados por velhos rituais, nunca impedem a oportunidade de gerar emoções novas.

Compreender uma paisagem é estar condicionado a ela. Condicionar-se à paisagem é forma de elegância, assim como um adereço da moda que ornamenta o corpo. Para este caso, até parece que os dois estavam na maior expectativa da intromissão, de se intrometerem. E aí, não é mera ilusão imaginar que a expectativa maior era do "antigo".


Air S. Antunes
Crônica publicada na edição de 5 de junho de 1994
do jornal Diário do Sul
O cartaz é do filme "Gosto de Cereja" do cineasta iraniano Abbas Kiarostami

Mário Quintana /Hélio Oiticica


Poema de circunstância


Onde estão os meus verdes?

Os meus azuis?

O Arranha-Céu comeu!

E ainda falam nos mastodontes,

nos brontossauros, nos tiranossauros, que mais sei

eu...

Os verdadeiros monstros, os Papões,

são eles, os arranha-céus!

Daqui

Do fundo

Das suas goelas

Só vemos o céu, estreitamente, através

de suas empinadas gargantas ressecas

Para que lhes serviu beberem tanta

luz?!

Defronte

À janela aonde trabalho

Há uma grande árvore....Enquanto há verde.

Pastai, pastai, olhos meus....

Uma grande árvore muito verde...Ah,

Todos os meus olhares são de adeus

Como o último olhar de um

condenado!


Elegia ecológia


As grandes damas usavam chapéus, cheios de

flores e de passarinhos .

As flores feneceram, porque até as flores

artificiais fenecem.

Os passarinhos voaram. E foram pousar nos

últimos parques onde iludem agora os seus

últimos frequentadores.

Sim! as grandes damas usavam uns grandes chapéus...

Eram cheios de flores e de passarinhos!


Mário Quintana
A obra de arte é o Grande Núcleo, de Hélio Oiticica

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Lembranças


Das velhas impressões da infância a idéia grata

Perdura-nos fiel, volvam embora os anos;

Em vão do nosso Abril as flores sofrem danos,

A imagem delas fica indelével, exata.


Ao contrário, ai de nós! -ninguém conserva intacta

A memória, apesar de esforços sobre-humanos,

Das novas emoções, efêmeros enganos,

Cujo traço se apaga apenas se retrata.


Como esperto escanção que no banquete a taça

Entretém sempre cheia, a cada vez que passa,

Passa o tempo e noe enche a memória também.


A lembrança mais nova é a gota derradeira,

Que, ao choque mais sutil, transborda e cai; porém

No fundo permanece a primitiva- inteira.


Sully Prudhomme


Tradução de Augusto de Lima



Sully Prudhomme, poeta parnasiano francês, foi o primeiro autor a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1910