sexta-feira, 24 de abril de 2009

Esperança da África


Mãe da África Negra,
Virgem da esperança, Mãe dos pobres,
Senhora de milhões de refugiados,
escuta-nos!

Mãe dos povos oprimidos
caminha conosco pelas
estradas da vida.

Queremos caminhar na esperança!
Mãe dos negros, há muita miséria entre nós.
Que os povos da África
se encaminhem para o progresso,
pelos caminhos da paz, na justiça.

Falta o pão material em muitas casas.
Falta o pão da verdade em muitas mentes.
Falta o pão do amor em muitos homens e mulheres.
Falta o pão do Senhor em muitas aldeias.

Nossa Senhora da África
ilumina nossa esperabça,
alivia nossa pobreza,
caminha conosco para o Pai. Assim seja!


Arte: batik de Nossa Senhora da África (de Burkina Fasso, país africano)

sábado, 18 de abril de 2009

Feliz Aniversário Da Vinci!



"Eu estou impressionado com a urgência de fazer. Saber não é o suficiente, nós precisamos aplicar o que sabemos. Ter vontade não é o suficiente, nós precisamos fazer." Leonardo Da Vinci

Leonardo Da Vinci nasceu no dia 15 de Abril no ano de 1542 como filho ilegítimo de Piero da Vinci. Da Vinci foi aprendiz de Andrea Del Verrocchio, famoso artista da época, mas logo desenvolveu o seu próprio estilo de pintura que se transformou em um alto padrão renascentista adotado vinte anos depois por Michaelangelo e Rafael. O seu trabalho principal era a pintura, mas a sua mente imaginativa e inventiva o levou a outros campos do conhecimento, tais como inventor, cientista, engenheiro, arquiteto, escultor, músico, matemático, anatomista, astrônomo, geólogo, biológo e filósofo. Leonardo teve muitas idéias a frente do seu tempo. Os diários que resistiram ao tempo mostram desenhos de novos tipos de relógios, máquinas voadoras etc etc etc. Ele escreveu o primeiro livro sobre anatomia humana e foi o primeiro ser humano a compreender que a luz da Lua era um reflexo da luz do Sol. "Salas pequenas disciplinam a mente, salas grandes a enfraquecem".
Da Vinci não completou os grandes projetos que ele desenhou em seus diários. Ele pulava de um tópico para o outro com grande velocidade, terminando pouca coisa em vida. Nem a Monalisa ele entregou. Quando morreu, ele tinha em sua posse apenas 20 pinturas, entre elas a Monalisa. Aparentemente, ele ainda estava trabalhando nessas obras. "A pior coisa do mundo é quando você vê a teoria vencer a performance".
Nos dias de hoje, Da Vinci talvez fosse contratado como chefe de pesquisas de alguma universidade famosa. Nada mais do que isso. Ele deixou muitas anotações, mas pouca coisa prática para colocar em um portfólio de verdade. Durante 35 anos, Da Vinci anotou os seus pensamentos em dezenas de diários, estima-se hoje que algo em torno de 100 volumes foram escritos. Muito se perdeu. Apenas 5 mil páginas foram preservadas, algumas delas arremetadas por Bill Gates alguns anos atrás. "Uma vez que você tenha experimentado o gosto de voar, você passará a andar pela Terra com os olhos voltados para o céu".
Leonardo Da Vinci era o tipo de pessoa que hoje chamamos de "gênio". Mas ele tinha sérios problemas em focar sua mente em um único projeto por um longo período de tempo. Depois de resolver os problemas conceituais, Da Vinci perdia o interesse pelo assunto até que alguém o cobrasse de alguma coisa. Além disso, Da Vinci fazia o tipo perfeccionista sobre detalhes mínimos que ninguém conseguia enxergar. Essa é uma das razões porque os seus trabalhos nunca terminavam. "Leonardo da Vinci foi um procrastinador irremediável. Leonardo tinha medo do sucesso, ele nunca deu o melhor de si para nada. Dessa maneira não existiam chances de falhar. É melhor sabotar-se a si mesmo do que se expôr ao ridículo."
Giorgio Vasari, seu biógrafo afirma que Da Vinci foi o mais famoso ser humano com distúrbio do deficit de atenção a passar pelo planeta. Por outro lado, talvez não tenha surgido na face da Terra, alguém com tantos insights relevantes para diferentes áreas como Da Vinci.
"Eu ofendi a Deus e a raça humana ao entregar um trabalho que não atendeu a qualidade mínima necessária."
Leonardo Da Vinci, no leito de morte

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Pérola da literatura

"....Ao clarear da manhã entregavam-se à azáfama da construção dos casebres. Estes, a princípío apinhando-se próximos à depressão em que se erigia a primitiva igreja, e descendo desnivelados ao viés das encostas breves até ao rio, começaram a salpintar, esparsos, o terreno rugado, mas longe.
Construções ligeiras, distantes do núcleo compacto da casaria, pareciam obedecer ao traçado de um plano de defesa. Sucediam-se escalonadas, ladeando os caminhos. Marginavam a de Jeremoabo, erectas numa e outra margem do Vazo-Barris, para jusante até Trabubu e o Ribeirão de Macambira. Pontilhavam o do Rosário, transpondo o rio e contornando a Favela. Espalhavam-se pelos cerros, que se sucediam inúmeros segundo o rumo de Uauá.. Inscritas em cercas impenetráveis de gravatás, plantados na borda de um fosso envolvente, cada uma era do mesmo passo, um lar e um reduto. Dispunham-se formando linhas irreguladres de baluartes.
Porque a cidade selvagem, desde o princípio, tinha em torno acompanhando-o no crescimento rápido, um cículo formidável de trincheiras cavadas em todos os pendores, enfiando todas as veredas, planos de fogo volvidos, rasantes com o chão, para todos os rumos. Veladas por touceiras inextricáveis de macambiras ou lascas de pedra, não se revelavam à distância. Vindo do levante, o viajor que as abeirasse, ao divisar, esparsas sobre os cerros, as choupanas exíguas à maneira de guaritas, acreditaria topar uma racnharia esparsa de vaqueiros inofensivos.
Atingira, de repente, a casaria compacta, surpresa, como se caísse numa tocaia".


Trecho de "Os Sertões", de Euclides da Cunha

quarta-feira, 1 de abril de 2009

“Crônica de uma guerra secreta”, o caminho do Nazismo na América Latina

AIR S.ANTUNES

Se o nosso ditador Getúlio Vargas tinha lá suas quedas pelo Nazismo ele não era voz isolada por essas bandas latinas além de que, ele não acentuou este seu sentimento tanto quanto os nossos vizinhos argentinos. Mas o lance aqui não é discutir o GV, e sim comentar o sentimento nazista relatado por Sérgio Correa da Costa em seu livro Crônica de uma guerra secreta com relação à conexão argentina.
A obra apresenta o Nazismo na América, em especial entre os portenhos. De sua parte o autor revela se r essa sua crônica o ocaso de sua vida, algo que tem como pedra angular uma aventura de mocidade ao tempo de Perón e Evita. Afirma que conservou “esta aventura” em segredo até o momento do lançamendo do livro. Na tal aventura penetrou nos recintos do “archivo de lá nacion” e fotografou documentos ultra-secretos, altamente comprometedores do governo argentino e, como diz, “isso vale salientar, muito antes de James Bond nos ter ensinado o caminho”.
Na empreitada argentina em favor do nazismo, ecoava a pretensão de Adokf Hitler, em 1933, quando disse “Criaremos no Brasil uma nova Alemanha. Encontraremos lá tudo que necessitamos”. Com certeza a “nova Alemanha” de Hitler não se detinha no que é atualmente o estado de Santa Catarina. “Crônica de uma guerra secreta” dá conta de que a Argentina foi mais do que uma mera simpatizante do regime de Hitler, pelo contrário, foi participante ativa no projeto “Conquista da América”, incluído neste um Brasil ajoelhado, prostrado, perante a hegemonia nazista.
O autor
Diplomata e historiador, membro da Academia Brasileira de Letras, Sérgio Correa da Costa teve longa carreira a serviço do país, chegando a secretário geral do Itamaraty e a ministro interino das Relações Exteriores. Ao deixar a embaixada de Londres, foi nomeado representante permanente junto às Nações Unidas e, a seguir, embaixador em Washington, função que exerceu até sua aposentadoria. Possui significativa bibliografia, onde sobressaem As quatro coroas de D. Pedro I, Pedro I, Methernich, traços de uma guerra diplomática e A diplomacia do Marechal -intervenção estrangeira na Revolta da Armada.

Comentário publicado na edição do Jornal de Angatuba de 27 de março de 2009 na seção “LIVROS DA BIBLIOTECA PÚBLICA DE ANGATUBA